Machu Picchu, a cidade perdida dos Incas!

Machu Picchu

Machu Picchu, também conhecida como a “Cidade perdida dos Incas“, é um daqueles poucos lugares que dispensa qualquer apresentação. Está lá pessoalmente, é como ser transportada para um cenário dos livros de história da nossa adolescência. Sem dúvida é uma das experiências mais incríveis que eu já vivenciei.

Situada a cerca de 2.430 metros acima do nível do mar, Machu Picchu está numa altitude relativamente baixa. A maioria das pessoas que vão a Machu Picchu ficam hospedadas em Cusco, que está a cerca de 3.400 metros acima do nível do mar. Se esse é seu caso, ao chegar em Machu Picchu não deverá ter problemas com Soroche, popularmente conhecido como “mal da altitude”, provocado pelo ar rarefeito.

Eu fui para Machu Picchu depois 7 dias em Cusco, e ao chegar lá pude notar a diferença. Eu tinha tanto ar para respirar que andava, corria, subia escada, descia e não me cansava. Sério, a gente pensa que se acostumou com o ar rarefeito depois de uns dias, pois já não sente mais seus efeitos tão forte, mas respirar numa altitude mais próxima da nossa normalidade é OUTRA COISA.

HISTÓRIA

Machu Picchu ganhou o apelido de “Cidade perdida dos Incas” pois durante muitos anos ficou oculta para nós, forasteiros. Foi somente em 1911, quando um menino de 10 anos levou o explorador norte-americano Hiram Bingham até a cidadela, que o mundo tomou conhecido dessa joia.

Por alguma razão não conhecida, Machu Picchu é ignorada nos registros históricos dos conquistadores espanhóis. Razão essa pela qual até hoje não temos certeza sobre sua idade e importância. Um das teorias recentes sugere que a cidadela, que em Quéchua significa “Montanha Velha” ( Machu – Velha; Picchu – Montanha), era um refúgio da nobreza inca. Sua construção data provavelmente do século XV, a idade do ouro do império inca.

COMO CHEGAR A MACHU PICCHU

A cidade base para ir a Machu Picchu é Águas Calientes, também conhecida como Machu Picchu Puelo. Existe apenas duas formas de chegar até lá: de trem ou a pé.

  • De Trem + Ônibus

Existem duas companhias de trem que faz o trajeto até Águas Calientes, a Peru-Rail e a Inca-Rail. Ambas as companhias são similares em termos de conforto e preço. O que muda, basicamente, são os horários. Se optar por esse caminho, compre as passagens com antecedência, pois os melhores horários costumam esgotar cedo.

Chegando em Águas Calientes, você poderá ir até Machu Picchu a pé ou de ônibus. Ou pode optar ainda por subir de ônibus e descer a pé (e vice-versa).

  • A pé pela Trilha Inca

São cerca de 4 dias de trilha de tirar o fôlego em mais de um sentido. Se você já esteve em uma altitude acima dos 4 mil metros acima do nível do mar, sabe do que estou falando. A trilha completa possui 41 km de extensão em meio ao ar rarefeito das montanhas andinas e paisagens exuberantes. A caminhada termina com a descida da escadaria da Puerta del Sol, que recebe os primeiros raios de sol sobre Machu Picchu.

  • A pé pela Trilha de Salcantay

Fisicamente falando, esta trilha é ainda mais exigente que a trilha anterior. São 56 km de extensão percorridos em cerca de 5 dias de viagem. A grande vantagem dessa trilha é que você passará pela Laguna Humantay, que fica aos pés da montanha Salcantay. É simplesmente uma das paisagens mais deslumbrantes e estonteantes que já vi.

Leia mais:

Laguna Humantay – Um deslumbrante lago nos Andes

QUANDO IR

A melhor época para viajar pelos andes é no inverno. No verão chove bastante, o que pode atrapalhar sua viagem. No inverno, apesar de fazer um frio intenso a noite, durante o dia o sol abre e o dia permanece quente (pelo menos enquanto estamos debaixo do sol).

DICAS GERAIS

Quando comecei a montar meu cronograma de viagem, surgiram algumas dúvidas sobre minha ida a Machu Picchu. Resolvi criar essa sessão separada para relatar essas dúvidas e sobre qual decisão tomei e o resultado dela.

Qual horário comprar o ingresso para Machu Picchu?

Devido o grande número de visitantes, nos últimos anos as autoridades peruanas tem restringido cada vez mais o acesso a Machu Picchu, a fim de preservá-la.  No passado era possível permanecer dentro da cidadela o dia inteiro com um único ingresso. Depois, passou-se a ter que escolher um período: manhã ou tarde. Agora o ingresso dá direito a 4 horas de permanência. De modo que se entrar às 6 horas, deverá deixar o local às 10 horas.

Com isso, tive muitas dúvidas sobre qual horário escolher. Tive receio de que se fosse muito cedo, poderia ter muita neblina. Mas no fim, optei por ir no primeiro horário e assistir o nascer do sol do ponto mais lindo da cidade. Foi uma das decisões mais acertadas da viagem. Consegui curtir a cidadela inteira razoavelmente vazia, com muita calma.

Devo dormir em Águas Calientes?

A resposta é sim. Dormir em Águas Calientes foi fundamental para eu conseguir curtir Machu Picchu com muita disposição. Possibilitou também eu comprar o ingresso para o período da manhã, bem cedo, e curtir a cidadela quase vazia.

A outra opção seria pegar o trem de manhã até Águas Calientes, e visitar Machu Picchu no período da tarde. Mas nesse caso terá que dividir uma das paisagens mais incríveis do Peru (e do mundo) com um número incerto de pessoas. Se para você isso não for um problema, essa opção sai mais barata, pois você economiza na diária mais cara de Águas Calientes. Mas recomendo fortemente pensar duas vezes.

Pegar o trem em Poroy ou Ollantaytambo?

A compra das passagens de trem foi uma das primeiras coisas que fiz, e ainda tinha muitas pontas soltas no meu roteiro. Uma delas é que eu não sabia se deveria dormir uma noite em Ollantaytambo ou não. No fim, decidi não dormir em Ollantaytambo, mas mesmo assim comprei a ida a partir de lá, no trem da noite, e a volta direto para Poroy, no trem da tarde.

Essa também mostrou-se uma decisão acertada. Acho que dormir em Ollantaytambo teria deixado a viagem mais cansativa. Eu cheguei na cidade no começo da tarde e pude conhecer o sítio arqueológico, curtir o centro da cidade, a feira de artesanato e o jantar, tudo com muita calma.

Devo contratar guia turístico?

Essa foi uma das questões que eu mais tive dúvida. No fim deixei para decidir lá e acabei não contratando. Foi uma decisão baseada em duas coisas. Primeiro pelo custo. Segundo porque eu já havia contratado um guia para ficar comigo durante 3 dias pelo Vale Sagrado. Com isso, eu cheguei em Machu Picchu tendo uma boa base da história e da arquitetura Inca. Esses 3 dias me mostrou que um bom guia, individual, num pacote exclusivo para mim, fez toda diferença na minha viagem. Pode até ficar mais caro que os passeios em grupo, mas vale apena cada centavo a mais.

De maneira geral, acredito que se eu tivesse contratado o guia para me acompanhar também por Machu Picchu teria aproveitado melhor a cidadela. Mesmo depois de 3 dias de lições de história e cultura. Mesmo conseguindo diferenciar os salões dos quartos e reconhecer as portas por sua importância. Ainda assim, senti falta de um bom guia.

Devo comprar o ingresso conjunto para Huayna Picchu?

Essa foi a maior dúvida de toda viagem, e me consumiu alguns dias de análise. Li centenas de blogs de viagem para tentar ter algum respaldo na minha decisão. No fim, muito acertadamente não comprei o ingresso conjunto. O que me fez decidir foram algumas fotos e relatos que vi, que mostravam trechos praticamente verticais da trilha, com escadarias Incas sem nenhuma proteção.

Mas até o momento de viajar ainda estava em dúvida se realmente havia tomado a decisão correta. Mas, depois de uma semana inteira de viagem subindo e descendo escadarias pelo Vale Sagrado. Depois de subir a Rainbow Montain e a Laguna Humantay. Pensar em subir mais uma montanha era exaustivo. Curtir Machu Picchu sozinha, sem Huayna Picchu, foi o suficiente para mim.

Carimbe seu passaporte!

O carimbo no passaporte é de graça, no melhor estilo “faça você mesmo”. Saindo pela porta de controle de acesso da cidade, desça as escadas que estarão à sua esquerda. Observe um pequeno ponto, como se fosse um ponto de ônibus. Os carimbos estarão lá.

Na empolgação toda de está em um lugar tão sonhado, eu quase esqueci de carimbar meu passaporte. No fim, tudo deu certo, felizmente. Mas se eu fosse voltar no tempo, não confiaria tanto na minha memória e coloria despertadores para evitar esquecer. Porque sim, eu queria muito o carimbo.

COMO CONHECER MACHU PICCHU SEM GUIA

Como mencionei anteriormente, optei por conhecer Machu Picchu sem um guia. E logo no começo surge dúvida sobre o caminho que deve seguir. Como fui uma das primeiras a entrar pelos portões, apenas segui meu instinto e por sorte, deu certo. Então vamos lá.

Comece virando a esquerda assim que passar pela bilheteria, suba as escadarias e siga em frente, sempre subindo. Esse é o caminho que leva a clássica paisagem da cidadela com a montanha de Machu Picchu + Huayna Picchu ao fundo. A partir daí, você descobrirá seu sozinho, pois a cidade se desdobra por um caminho praticamente alto-guiado.

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4 Comentários
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Mairle Rios

Oiii!!! gostando muito do blog! Como posso comprar o ingresso com antecedência? Tô com passagem comprada pra Cusco em meados de Junho, é uma boa data? quando vc fala que foi no inverno, ta falando de inverno nosso né? porque soube que lá em junho é verão.

Francisco Carlos Pregnolatto

Como é lindo!
Você é 10 para encontrar lugares maravilhosos!

Maria Inês Venturini Pregnolatto

Adorei as dicas.
Lugar maravilhoso.