O Vale Sagrado dos Incas, também conhecido como Vale do Urubamba, constituía o coração do Império Inca. O vale é chamado de sagrado principalmente por causa da fertilidade das suas terras em meio as montanhas andinas. Os Incas acreditavam que o Vale Sagrado foi um presente de Pachamama, a deusa da terra, aos homens, para que ali eles cultivassem seus alimentos. Além disso, os Incas acreditavam que o percurso do Rio Urubamba, que acompanha todo o Vale Sagrado, era o reflexo do caminho das estrelas na terra.
SOBRE O VALE SAGRADO DOS INCAS
Composto por muitos rios que descem por pequenos vales, o Vale Sagrado está repleto de monumentos arqueológicos e povoados indígenas, que ainda falam Quéchua e mantém viva a cultura dos Incas.
Existem vários vilarejos próximos que compõem o Vale Sagrado, sendo os principais: Pisac, Chinchero, Urubamba, Sacsayhuman, Kenko, Puka Pukara e Tambomachay, Maras, Moray e Ollantaytambo.
Não se assustem com os nomes. Quando começamos a pesquisar sobre Cusco e o Vale Sagrado, é comum vermos nomes que soam estranho e tudo parece difícil. Mas acredite, isso é apenas o básico do básico do Vale Sagrado e com o tempo os nomes tornam-se comuns para você.
COMO CONHECER O VALE SAGRADO
Como podem ver no mapa abaixo, o vale sagrado é extenso e para conhecê-lo você irá precisar de um automóvel.
A maneira mais popular para explorar o Vale Sagrado é através dos pacotes turísticos. Na praça das armas, em Cusco, existem inúmeras agências que fazem o passeio. É importante salientar que você encontrará pessoas de todos os lugares do mundo nos grupos turísticos, então de maneira geral, os guias fazem as explicações em inglês e espanhol.
Apesar de econômico, a principal desvantagem desse modelo é que os pacotes são fechados e obedecem o ritmo do grupo. Com isso, não será possível permanecer mais tempo em um lugar, caso deseje. Outra desvantagem é que o roteiro é fixo e corrido, afim de visitar muitos lugares em um único dia. A maioria coloca Pisac e Ollantaytambo, por exemplo, no mesmo dia. Ambos os sítios arqueológicos são muito grandes e estão geograficamente distantes. Visitá-los no mesmo dia, em conjunto com tantos outros, ficará bem corrido e não será possível explorá-los bem.
Depois de muito pesar os prós e contras, no fim, resolvi contratar um guia particular e montar meu próprio roteiro pelo e hoje percebo que foi uma decisão muito acertada. Graças a isso, pude explorar o Vale Sagrado no meu ritmo, escolhendo os sítios que mais me interessavam, e ouvir com muita riqueza de detalhe, as histórias do local. Recebi indicação de outros viajantes do Guia Rafael, e aproveito para endossar a recomendação por aqui também. O Rafael foi impecavelmente pontual todos os dias de passeio, falando um portunhol bem compreensível, explicou com riqueza de detalhe sobre a história dos incas, cultura e curiosidades locais.
PRINCIPAIS ATRAÇÕES DO VALE SAGRADO
Sítio arqueológico de Pisac
Localizado cerca de 40 km distante de Cusco, Pisac (ou Pisaq) é um dos principais sítios arqueológicos do Vale Sagrado. Acredita-se que o local foi um importante centro astronômico. Com construções mistas, envolvendo arquitetura inca e pré-inca, o sítio está a 3400 metros acima do nível do mar. Então prepare o fôlego para encarar o sobe e desce e as paisagens deslumbrantes, que no fim compensa tudo.
Ingresso incluso no boleto turístico.
Mercado de Pisac
Além do sítio arqueológico, Pisac é um importante centro de comércio. O mercado de Pisac, localizado a céu aberto, é uma excelente oportunidade para fazer compras, pois além da variedade, possui preços excelentes.
Ruínas de Cusco
Cusco é a principal cidade do Vale Sagrado e ponto de partida para outras cidades, inclusive Machu Picchu. Lá encontram-se muitos sítios arqueológicos, monumentos e museus. Falaremos aqui dos quatro principais sítios arqueológicos de Cusco.
- Sacsayhuman
É em Sacsayhuman que se realiza o festival anual de Inti Raymi, representação dos dias atuais do ritual inca ao deus do sol. O festival ocorre em 24 de junho, no solstício de inverno. Localizado a 3700 metros acima do nível do mar, acredita-se que Sacsayhuman foi construída com propósitos militares, para se defender de tribos invasoras. Após a colonização e destruição causada pelos espanhóis, estima-se que atualmente só conseguimos apreciar cerca de 20% de sua construção.
Ingresso incluso no boleto turístico.
- Kenko
Localizado a 3580 metros acima do nível do mar, foi um centro dedicado a rituais incas. Com cerca de 3500 metros quadrados, o sítio está dividido em duas partes: el Grande e el Chico. Uma curiosidade interessante é que foram os espanhóis que batizaram o local de Kenko, que em quéchua significa labirinto, e não se sabe qual era o nome original.
Ingresso incluso no boleto turístico.
- Puka Pukara
Pouco se sabe sobre qual era a verdadeira função de Puka Pukara, ou “Fortaleza Vermelha” em quéchua, durante o Império Inca. Acredita-se que, pelo menos uma parte do local, servia de base militar, por causa da sua localização. Mas também poderia ter servido como local de descanso para caçadores e viajantes. Especula-se ainda que os nobres poderiam utilizar o local, devido aos locais de banhos, canais, praças, fontes e salas separadas.
Ingresso incluso no boleto turístico.
- Tambomachay
Tambomachay, que em quéchua significa lugar de descanso, era destinado ao culto à água e para descanso do chefe do Império Inca.